Na consciência limitada, o "eu", encontra-se a fonte do medo
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Na consciência limitada, o "eu", encontra-se a fonte do medo


O que é que a fé é criada no homem?

Fundamentalmente, é o medo. Vocês dizem: "Se me libertar da fé, ficarei com medo e por isso nada lucrarei".

Assim, vocês preferem viver numa ilusão, apegando-se às suas fantasias.

Para escapar do medo, vocês criam a fé. Agora, quando, por meio do pensar profundo, dissolvem a fé, ficam face à face com o medo. Somente então podem resolver a causa do medo. Quando todas as vias de fuga houverem sido, por completo, compreendidas e destruídas, então, estarão frente a frente com a raiz do medo; só então a mente poderá libertar-se da guerra do temor.

Quando há temor, as religiões e as autoridades que vocês têm criado, na busca de segurança, lhes oferecem o ópio a que vocês chamam fé ou amor de Deus.

Assim, apenas encobrem o medo, que se expressa em vias ocultas e sutis.

Assim, prosseguem rejeitando as velhas fés e aceitando as novas; porém, o verdadeiro veneno, a raiz do temor, jamais se dissolve. Enquanto existir essa consciência limitada, o "eu" tem de haver medo. Até que a mente se liberte dessa consciência limitada, o medo tem de continuar, sob uma ou outra forma.
(...)
A fé lhes proporciona conforto, alívio, no infortúnio ou na tristeza.

Sobre a fé vocês têm construído um sistema de compulsão, de disciplina, um conjunto de valores falsos.

Vocês buscam por abrigo atrás da parede protetora da fé e essa parede lhes impede o amor, a simpatia e a bondade; isso, porque a ocupação de vocês se refere a si próprios, à salvação e ao bem-estar de vocês neste mundo e no além.

Se começarem a estar percebidos, a discernir como criaram esse processo por meio do medo, como estão constantemente buscando abrigo, por detrás desses ideais, conceitos e valores, sempre que venha qualquer reação, então, compreenderão que o percebimento não é a ocupação com os seus pensamentos e sentimentos, porém, a profunda compreensão da insensatez de criar esses valores, por detrás dos quais a mente se abriga.
(...)
A individualidade se desenvolve no solo da paixão, do ódio, do ciúme, da avidez, da ação, da inação, da solidão, do desejo de companhia. Porém, o homem que depende de qualquer destas coisas conhece a separação e está preso às garras da tristeza. Onde quer que haja tristeza há busca de conforto e de segurança da existência individual. Quando se compreende que este anseio é uma ilusão, então, em seu lugar, nasce a fé — fé não em outra pessoa, em outro indivíduo, ainda que altamente evoluído, ainda que superior, mas a fé na realidade que existe dentro de si mesmo. É isto que denomino verdadeira fé — a realização de que dentro de vocês reside a potencialidade do todo e que a tarefa de vocês é perceber e realizar a totalidade.

Krishnamurti - O medo - 1946 - ICK





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