Nova Era e esoterismo
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Nova Era e esoterismo


NovaEra
Quando morava em Brasília, certa noite eu e minha filha vimos um rastro de luz no céu e no dia seguinte, através do noticiário, fiquei sabendo que metade da cidade também tinha visto o que foi comunicado como um avistamento de Ovni.
Já tinha algum interesse pelo assunto e esse fato aguçou minha curiosidade pelos chamados ETs. Portanto quando, já em minha cidade, fui convidada para uma palestra sobre ETs fui toda curiosa ao evento.
Para minha surpresa a palestra não foi sobre extraterrestres e sim sobre espiritualidade. A palestrante canalizava um ser oriundo de Metaria, seja lá onde for que fique isso. Logo ao chegar já me impressionou a energia que senti no local – senti-me muito bem. Durante a palestra senti muito amor vindo daquele ser que estava sendo canalizado.
Este foi o início de minhas experiências no chamado Movimento da Nova Era.
Após tal palestra, durante 4 anos, aproximadamente, tive estreito contato com um grupo de pessoas realmente extraordinárias, pelas qualidades de amor, amizade, humanidade, desprendimento e altruísmo e também por serem, muitas delas, totalmente “viajantes na maionese”.
Sucederam-se encontros holísticos (que foram maravilhosos em todos os sentidos) e alguns rituais, inclusive xamânicos, nos quais me sentia bastante desconfortável e às vezes ridícula. O problema é que nunca gostei, e continuo não gostando, de rituais. Não julgo as pessoas que os apreciam, mas os rituais em si me causam uma vontade de sair correndo. Hoje eu sei por quê.
No meu afã de encontrar a Divindade eu acabava indo a tais rituais para ver se eu “melhorava” ou melhor dizendo se, de repente, naquele dia despertaria em mim a comunicação com o “outro lado”. Afinal de contas, quase todos com os quais eu interagia tinham visões de outras realidades e alguns se comunicavam com seres extrafísicos e eu – nada! Sentia-me como se fosse aleijada, faltando-me uma parte que os demais possuíam.
Foram anos incríveis e dolorosos também. Incríveis porque nos encontros de canalizações eu me sentia nas nuvens tal o amor que permeava tais reuniões. Dolorosos porque junto com meu despertar interno, com muita, mas muita auto-análise, tendo de fazer face ao meu lado sombrio, também percebi naquelas pessoas que conheci alguns egos gigantescos, vaidades e muita puxação de saco dos canalizadores. Aff
Também percebi, com exceção de alguns poucos, que estavam mais interessados no aspecto fenomenológico: ver, sentir, ouvir coisas fora do normal desta prosaica terceira dimensão. Não que eu também esporadicamente não tivesse minhas “visões” e sentisse energias que até então nunca havia sentido, mas tais manifestações não me impressionavam ou deixavam vaidosa, pelo contrário, eu ficava sempre me perguntando se também não estaria “viajando”.
De lá para cá 15 anos se passaram e continuo vendo outras pessoas ainda fascinadas pelo fenômeno, por rituais, por objetos de poder (como se objetos tivessem poder), cristais, mandalas, mudras, danças , e etc., etc.
Não estou dizendo que tudo isso é besteira, mas são apenas instrumentos para despertar o nosso lado místico e sensitivo, não são o caminho para chegar ao Deus interior.
O Deus interior é alcançado através de duro e contínuo trabalho interno:
- autoconhecimento,
- amar-se totalmente,
- desfazer-se das crenças limitantes,
- desenvolver a compaixão (aceitar o outro como ele é e aceitar o que ele faz),
- eliminar o dualismo
- sentir (na enésima potência),
- eliminar o medo (se eu sou Deus também, terei medo do quê?).
Acho que estou esquecendo alguma coisa, mas o exposto é o principal. E deu para perceber que alcançar tal maestria não é tarefa nada fácil. É contínua e constante auto-observação e auto-análise (sem julgamento). E isso é difícil, muito difícil.
Então, ser esotérico ou Nova Era ou espiritual não é necessariamente o Caminho para Ele/Ela. O Uno, Tudo que É, a Fonte, o Criador. Até porque os tempos mudaram, atualmente vivemos numa nova energia onde antigos parâmetros não funcionam mais.
A humanidade está mudando e se ela muda a Divindade também muda porque fazemos parte Dela. O Deus de Abraão mudou há muito tempo e o da Nova Era também já mudou e continuará mudando. Há que expandir-se a consciência para poder perceber e acompanhar as mudanças.
Imagem:http://adparqueribeiraopreto.com.br/2010/02/nova-era/
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