O drama nosso de cada dia
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O drama nosso de cada dia


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Por que a humanidade vive em constantes dramas? Conflitos nos relacionamentos, no ambiente de trabalho, com os familiares? Doenças e achaques diversos? Crises financeiras ou existenciais ou espirituais?
Raros são os momentos em que não há um drama acontecendo com alguém,
Como tão bem coloca a Análise Transacional (teoria de personalidade, de Eric Berne), nós usamos jogos psicológicos (um conjunto repetido de transações, não raro enfadonhas, embora plausíveis e com uma motivação oculta) o tempo todo e no meu caminho de expansão da consciência, através dos mestres ascensionados, me foi colocado ser o drama um desses jogos (com a diferença de não ser um jogo transacional, mas um jogo solitário).
Como psicóloga conheço bem do que é capaz a mente humana em matéria de desvarios, mas por alguma defesa inconsciente minha não conseguia aceitar que os nossos dramas, todos eles, fossem mais um dos jogos psicológicos que usamos.
Ficava me perguntando: quer dizer que procuramos o sofrimento, que vamos ao encontro dele? Eu, pessoalmente, odeio sofrer, é algo que me irrita profundamente, então continuava me analisando e procurando ver como eu tinha “criado” ou “atraído” tal ou qual drama pelo qual já tinha passado.
Foram muitos anos de auto-análise e auto-observação constante com momentos de aceitação de minha responsabilidade na criação do drama e outros de negação, negando e/ou projetando minhas mazelas, atribuindo-as a outrem ou circunstâncias externas.
Bom, aos poucos, com o crescimento de minha auto-estima, os dramas foram diminuindo e comecei a notar que, na maior parte do tempo, eu vivia em estado de paz interior, a chamada paz de espírito. Finalmente, então, admiti que meus dramas eram criados ou atraídos por mim mesma. O passo a seguir foi, quando da aproximação de um próximo drama, analisar detidamente o que estava acontecendo e o porquê. E assim o faço até hoje.
Dentre as crenças limitantes que temos, a de que a vida aqui no planeta é um mar de lágrimas, intercalado por momentos bons, é mais uma delas.
É uma crença bem introjetada em nosso psiquismo. As pessoas acham que sofrer faz parte da condição humana.
Outro dia assisti a um exemplo disso num programa televisivo onde ouvi um dos participantes dizer que ter a vida tumultuada e conflituosa é um tipo de paz de espírito. Outro disse que pessoas muito zen, com paz de espírito eram muito chatas de se conviver.
A que cúmulo chega a hipnose humana nessa Matrix em que vivemos! Estar tão acostumados com o drama, o conflito e o negativo que a pessoa fora desse contexto é considerada chata!
Claro, pois o drama acrescenta adrenalina ou como os mestres dizem: “nos faz sentir que estamos vivos”. Eles dizem que criamos o drama para afastar o tédio. E é verdade. Achamos a vida sem graça quando nada de diferente ou excitante acontece e como crianças, que fazem birra para chamar a atenção, criamos dramas para nos entreter já que, por estarmos tão afastados de nossa real e criativa essência, não conseguimos criar conscientemente eventos apaixonantes e excitantes.
A essas alturas sei perfeitamente que alguns de vocês estão sentindo como se tivessem levado um soco no estômago e outros estão balançando a cabeça e pensando: quanta besteira isso tudo, não é assim, mesmo.
Eu sei, já pensei assim também. Já usei de todas as racionalizações (sou boa nisso porque sou inteligente) possíveis e imagináveis.
Não adianta espernear, nós somos os responsáveis por tudo, absolutamente tudo o que acontece conosco, seja porque o manifestamos conscientemente ou, o que é pior, inconscientemente.
Sei que a maioria das pessoas, por não se conhecerem ou por nunca terem feito alguma terapia costumam atribuir a “culpa” de muitas das suas desgraças a fulano, beltrano, ao governo, à má sorte e alguns, religiosos, a atribuem ao “diabo” porque esse ... he he he tem as costas largas ...
Enquanto o ser humano não se conscientizar e aceitar que é o criador de sua realidade continuará sofrendo, não tendo paz de espírito, adoecendo (somatizações), sendo “vítima” e padecendo de todas as mazelas que até hoje caracterizam tão bem a existência humana.
PS. Ah, eu tenho muita paz de espírito, raramente surge algo com cara de drama na minha vida (logo analisado) e absolutamente não sou chata!
Imagem: artesromanas.blogspot.com
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