autoconhecimento
Sobre o arrependimento...
Dizer que nunca nos arrependemos de alguma palavra ou gesto, é mentir para si mesmo, não é?
Nossas vidas vão sendo lapidadas de acordo com as polaridades de luz e sombra, de inconsciência e de consciência...
Vamos pouco a pouco nos conhecendo melhor e conhecendo aquilo que nos cerca sempre através da experiência, através da vivência. Não tem como ser diferente.
O arrependimento quando acontece, pode ser visto basicamente de duas maneiras: Podemos olhar para ele como oportunidade de crescimento e de irmos mais fundo na nossa auto-descoberta, auto-realização; ou pode ser visto como peso ou como culpa. Um é o movimento em direção ao aberto, ao transcendente, ao amplo; outro é o movimento em direção ao fechado, contração, isolamento. Um é o sim! O outro é o não.
Quando falamos de "erro", seja ele qual for, é interessante ressaltar que é apenas um processo, dentro da totalidade da existência. Somos agentes por onde cada processo acontece, e isto nos dá a oportunidade de investigar, de aprender com aquilo e prosseguir, ir em frente...
Não existem "erros" para a existência. Quando classificamos de "erro" trata-se de um pensamento, um conceito apenas. Não é fixo, é algo ligado a mente julgadora, classificando algo como impróprio ou inadequado, apenas isto.
Por isso é comum, aqueles que vivem muito na mente, nos conceitos periféricos se sentirem mais culpados, mais errados, mais desajustados do que aqueles que vivem mais na profundidade do coração, na luz da consciência.
O centro nosso é luminoso, é vivo, é sempre presente. E isto faz com que estejamos sempre em contato com o instante e tudo que o instante nos pede. Dançamos e somos autênticos, já que a essência é a verdade. Viver na essência não dá margem a "erros". Se somos nós mesmos, ativos, e expressamos a individualidade viva em nós, onde está o "erro"?
Mas se somos reativos, inconscientes, estamos na periferia de nós mesmos, perdemos o contato com o instante e nos projetamos para memórias passadas, ou sonhos e idealizações...aí sim o "erro" é passível de acontecer, já que não estávamos realmente presentes, e assim perdemos muito em sensibilidade. Ficamos periféricos e isso faz com que fiquemos pouco profundos, perdemos o contato com o que acontece e com aqueles que estão ali no momento.
Isso dá margem a se dizer coisas sem consciência, a fazer coisas sem consciência...e quando a consciência retorna, isto é, nos centramos novamente, voltamos ao coração, nos damos conta do que aconteceu, e isto gera o remorso, a culpa, o arrependimento...
Vejam que o mecanismo é basicamente o mesmo, sempre.
Isto acontece para que não percamos a consciência do instante, esta é a principal lição que podemos tirar. Estarmos mais e mais presentes, nas menores coisas, nos menores detalhes, sentimentos, percepções, abre também as portas da intuição que começa a se manifestar sutilmente e vamos aos poucos descobrindo um universo infinito de sabedoria e amor que sempre esteve aqui em nós...no nosso profundo...
Esta universo subjetivo reconhece o momento, pois é momento também. Vive o presente, desfruta do momento e é muito sábio naquilo que diz e faz. É muito raro que fira alguém, magoe, ou que seja inconveniente. Manifesta uma sabedoria tão clara que não cabe arrependimentos. E mesmo assim, caso aconteça está prontamente disposto a se desculpar, a esclarecer e a agir com amor e beleza para restaurar a luz que possa ter sido ofuscada.
Qualquer arrependimento nos aponta a interioridade, a subjetividade. Nos aponta a verdade em nós.Se vivemos na verdade, somos tão claros, simples e transparentes que não tem como a luz não refletir.
Quando vivemos a verdade a única manifestação é amor...tão vasto que só faz despertar a verdade e o amor por onde passa...sem nenhum arrependimento disso!
Amor
Lilian
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