O QUE APRENDI OBSERVANDO A MENTE
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O QUE APRENDI OBSERVANDO A MENTE



Henrique Lemes é um cara que gosta de andar de bicicleta, que faz meditação e também que passou dois anos de sua vida em retiro meditativo, sob orientação do Lama Padma Samten, fundador do Centro de Estudos Budistas Bodisatva (CEBB) e discípulo do mestre Chagdud Tulku Rinpoche (1930-2002). 

Em fevereiro de 2010, Henrique Lemes entrou em um retiro fechado de meditação com mais duas pessoas.

Durante dois anos, ele ficou em silêncio, sem contato algum com o mundo exterior, e treinou ininterruptamente sob a orientação do Lama Padma Samten.


“Por que alguém entra em retiro? A pessoa entra em retiro para compreender quem ela é de verdade e qual é verdadeiramente a situação. Quando ela começa a compreender a si, então pode verdadeiramente compreender os outros, porque somos todos interligados.” –Tenzin Palmo


A prática dos retiros fechados é bastante comum em várias tradições de treinamento de corpo ou de mente, com orientações religiosas ou não. Entre os filósofos gregos, nas tradições africanas e afro-brasileiras, dentro do cristianismo, do islamismo, nas tradições xamãnicas e indígenas de variadas origens, nas muitas vertentes e linhagens do budismo e hinduísmo, para citar alguns exemplos.


Os retirantes se afastam de seus afazeres habituais por períodos que podem ser de uma semana, três semanas, três meses, seis meses, três anos, ou mesmo bem mais do que isso, e aí se dedicam exclusivamente para o treinamento de habilidades específicas, e para desenvolver uma capacidade maior de observação e transformação de seus mundos internos.



Henrique Lemes é um praticante dos métodos oferecidos pela tradição budista, um aluno antigo e bastante experiente do Lama Padma Samten. Em 2009, ele foi convidado pelo lama para fazer um retiro longo de meditação, como uma forma de aprimorar sua própria prática e ficar mais habilitado pra ajudar as outras pessoas que também tem esse interesse.

No início de 2010 ele entrou em retiro, e por dois anos treinou ininterruptamente, meditou cerca de 10 horas por dia, em silêncio, sem entretenimento e sem contato com o mundo exterior – sem celular, internet, televisão, livros, jogos, conversas…



Num vídeo gravado depois do seu retiro, em visita ao CEBB de São Paulo, e intitulado “O que aprendi observando a mente“, Henrique deu um depoimento que é uma conversa descontraída, rica e generosa sobre sua experiência e alguns de seus insights, que abrangem o confronto com os obstáculos da sua vida, sua identidade, suas relações, as maneiras como reagimos aos acontecimentos do mundo e sobre o "caminho espiritual". 

Nesse vídeo, ele falou um pouco do seu aprendizado. Falou sobre seu treinamento, sobre as emoções, espiritualidade, nossas identidades, nossa ansiedade habitual, relacionamentos, sobre a importância do relaxamento, entre tantas outras coisas.




“É essencial às vezes entrar em retiro, interromper tudo que você esteja fazendo, interromper suas experiências completamente e olhar para elas de uma forma renovada, sem seguir repetindo-as como uma máquina. É como deixar ar fresco entrar na sua mente.” –Jiddu Krishnamurti

Além de gostar de andar de bicicleta e fazer meditação, Henrique Lemes é sociólogo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tutor do Programa de Formação de Facilitadores do CEBB e coordenador do CEBB Darmata (Timbaúba-PE).

“Meus amigos que não são budistas ficam perguntando: e agora? o que é que você é? (…) Porque (depois do retiro de meditação) a gente fica com uma imagem, porque a pessoa vai ganhando um título, à medida que vai fazendo alguma coisa, que é a visão que a gente tem na nossa cultura. Então a pessoa faz uma coisa dessas (ficar em retiro por dois anos) é como se  agora galgasse um posto no quadro de funcionalismo budista, né. Agora eu sou outra coisa que eu não era, uma outra identidade. É assim que a gente se relaciona, as pessoas se encontram e perguntam umas pras outras o que é que elas fazem, o que elas são, a gente sempre responde a identidade profissional. (…) O que é que você é? Ah, eu sou advogado. Eu sou médico. Eu sou alguma coisa, a gente… eu gosto de andar de bicicleta, mas você vai dizer isso pra pessoa, não funciona”.
~ Henrique Lemes, em “O Que Aprendi Observando a Mente”
Assita ao vídeo com Henrique (31min):


CRÉDITOS
Concepção:http://olugar.org
Videomaker: Luiza de Castro
Design: Fábio Rodrigues
Agradecimentos: Lama Padma Samten e Centro de Estudos Budistas Bodisatva





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